Consulta com Tarô e Baralho Cigano

Os dois são jogos de cartas utilizadas para fins divinatórios: pode parecer que há grandes semelhanças, mas na verdade elas param por aí. Isso porque o Tarô e o Baralho Cigano – cujo nome, na verdade, é Lenormand – são oráculos completamente diferentes. E a denominação “Tarô Cigano” está equivocada, pois essa nomenclatura mistura dois conceitos que são distintos desde a sua origem.

 

Enquanto os primeiros registros históricos de impressão dos 78 arcanos do Tarô remetem à Itália na época do Renascimento, as 36 cartas do Baralho Cigano surgiram na França da Era Napoleônica, como um jogo inicialmente para entretenimento, sendo depois atribuído à Marie Anne Adelaide Lenormand, famosa esotérica nascida na cidade de Aleçon.


A principal diferença entre o Tarô tradicional e o Baralho Cigano reside no número de cartas e na natureza de seus simbolismos. 


Tarô tradicional é composto por 78 cartas, divididas em Arcanos Maiores e Menores, cada uma carregando uma riqueza de simbolismos arquetípicos e muito profundos. Por outro lado, o Baralho Cigano, com suas 36 cartas, apresenta simbolismos mais diretos e ligados ao cotidiano. 


As imagens e temas encontrados nas cartas do Baralho Cigano, como a casa, a árvore, o coração ou as estrelas, são imediatamente reconhecíveis e facilmente relacionáveis com experiências e situações do dia a dia. 

Esta abordagem mais terrena e prática do Lenormand permite que os consulentes formem conexões intuitivas e pessoais com as cartas de maneira mais rápida e direta.


Isso não significa que o Baralho Cigano seja menos profundo; pelo contrário. Isso porque oferece informações claras e pragmáticas que são imediatamente aplicáveis à situação ou questão em mãos.

A natureza mais direta e cotidiana do Lenormand o torna uma ferramenta acessível para quem busca orientação prática e conselhos sobre questões do dia a dia.


Foi no Brasil que o oráculo de Lenormand se consolidou como o jogo de cartas mais popular entre oraculistas das mais variadas correntes de estudos mágicos, ganhando apreço especial entre os adeptos da Umbanda devido à sua difusão entre o povo cigano. Com o crescimento das giras de ciganos, o “Baralho Cigano” tornou-se altamente requisitado por médiuns e iniciados, recebendo até designações para diferentes orixás, em uma evidente manifestação de sincretismo religioso.


Eu comecei com o Tarô para, depois, mergulhar no Baralho Cigano! 


A simbologia do Tarô é muito mais abrangente em função de suas correspondências associadas às Ciências Herméticas.

 

Comecei a estudá-lo aos 11 anos por curiosidade e dedicação às Ciências Herméticas, fazendo consultas rápidas para as amigas mais próximas, também adolescentes. Ao observar que as previsões se confirmavam, fiquei intrigada e decidi mergulhar mais fundo nos temas ligados ao Ocultismo.

 

Começando pelo Tarô, passei a desvendar as correspondências de seus 78 Arcanos – 22 Maiores e 56 Menores – com a Cabala, a Astrologia, a Numerologia e a Bruxaria Natural. Com isso, a magia entrou na minha vida para ficar.

 

No plano divinatório, o Tarô e o Baralho Cigano são igualmente precisos e eficazes. A diferença mais marcante talvez fique por conta da amplitude de interpretação. Enquanto o Tarô permite um aprofundamento maior no plano psíquico, o Baralho Cigano é, por assim dizer, mais pragmático, oferecendo respostas simples e diretas, por exemplo, em perguntas fechadas – aquelas que só podem ser respondidas com um sim ou um não.

 

Por outro lado, o Tarô é muito mais rico na abordagem de questões complexas e padrões de comportamento. A escolha sobre qual dos oráculos consultar é apenas uma questão de preferência pessoal.


A mesma linha de raciocínio vale para os estudantes das artes divinatórias. Devido à sua estrutura mais “enxuta”, muitas vezes o Lenormand acaba servindo como porta de entrada para o amplo universo dos oráculos, o que facilita o posterior estudo do Tarô.

 

Do ponto de vista iniciático, enquanto é muito comum que o estudo do Baralho Cigano seja solicitado pelos guias da Umbanda, o domínio do Tarô é frequentemente um requisito em ordens e escolas Ocultistas, no entanto, no meu caso quem apresentou o Tarô e me ajudou a aprender foi a Cigana Laís do Oriente, que me acompanha em todos os meus atendimentos e trabalhos espirituais.


Enfim, sabemos que desde que o mundo é mundo, a humanidade busca entender e interpretar os mistérios da vida.


Nessa jornada, o Tarô tem desempenhado papéis fundamentais. O Tarô tem sido usado como uma ferramenta de previsões, mas também de Autoconhecimento, ou seja, as cartas são como um espelho que refletem energias, sentimentos e caminhos que já estão atuando na vida de uma pessoa. Seja o Tarô tradicional, seja o Baralho Cigano.


Por fim, trata-se de uma questão de egrégora, ou seja, da força mágica criada a partir da afinidade de um conjunto de pessoas ou símbolos. Para muitos, e esse é o meu caso, é difícil escolher um dos dois. O Baralho Cigano e o Tarô são igualmente vitais na minha senda. E você, qual é sua preferência?

Tarô ou Tarot

É um instrumento místico que serve para desvendar o que está oculto, para trazer os segredos á luz.


Este sistema divinatório se utiliza de 78 cartas, sendo 22 Arcanos Maiores e/ou principais e 56 Arcanos Menores e/ou complementares.


O Tarô reflete o homem, seu estado e seu meio através de suas ilustrações. Mesmo sendo de linguagem universal, aquele que se consulta passa por um processo de alquimia interna, independente das combinações que se repetirem e dos significados estabelecidos dentro do núcleo das imagens arquetípicas.


O Tarô serve como instrumento divinatório e servirá para visualizar o futuro, conectando-se aos eventos presentes e passados.


Como instrumento divinatório, estabelece a relação do homem com sua alma e essa, com Deus.

Baralho Cigano

O Baralho Cigano, é um fascinante oráculo de 36 cartas. Cada uma delas carrega um universo muito próprio no que se refere aos simbolismos bem como significados. 


Com a fama de ser um baralho “fofoqueiro”, o Baralho Cigano revela detalhes surpreendentes sobre a vida cotidiana e emocional do consulente. 


Ele traz cartas como “O Jardim”, que simboliza a interação social e a comunidade, ou “As Nuvens”, representando confusão ou incerteza. 


Cada carta deste baralho é como uma fonte rica de informações. Isso porque oferece orientações precisas e, muitas vezes, surpreendentes sobre os mais diversos aspectos da nossa vida, tais como saúde, amor, trabalho, dinheiro, entre outros.


No Baralho Cigano, se interpretam as cartas com base em sua posição e proximidade com outras cartas.


Desse modo, cria uma narrativa que reflete aspectos muito particulares da vida do consulente. 


Esta abordagem promove uma reflexão profunda e um entendimento mais claro dos desafios e oportunidades do momento presente.

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